01- Defumação
02- Prece (Oração do Amanhecer)
03- Abertura:
a) Oxalá, Abertura da Gira, São Miguel
b) Exú, Tranca Rua, Exumaré
c) Ogum, Xangô
d) Saudação aos Guias
e) Firmeza do Terreiro
04- Chamada do Guia Chefe (Caboclo Girassol)
a) Caminhou, caminhou
b) Lembrai so Seu Girassol
05- Chamada do Guia Chefe (Caboclo Girassol)
a) Que Caboclo Lindo
b) Seu Girassol Foi Pra Caçada
c) Na Aldeia
06- Ogum
a) Vamos Saravá Ogum
b) Beira-Mar
07- Xangô
a) Chamada de Xangô
b) No Alto da Pedreira
08- Exú
a) Exumaré
b) Boa Noite, Exumaré
09- Pomba Gira
a) Cigana de Fé
b) Rainha da Encruzinlahada
10- Chamada de Caboclo
11- Povo D'Água
a) Iansã
b) Moça Rica
12- Beijada
a) Tem Doce no Jardim
b) Dandá na Areia
13- Almas
a) Pai Sabino
b) Os Velhos da Bahia
14- Encerramento
a) Subida do Caboclo Girassol
b) Oxalá
c) Fechamento da Gira
d) Estrela do Céu
Intérpretes: Ogã Colofé Miguel Monassa e os Ogãs de atabaque Reinaldo Chaves e Joaquim Pontes com Filhos da Casa de Caridade Caboclo Girassol.
Faixa 2: Maria Helena Baeta Neves.
Lançamento: 1970, selo:Nilser.
Nota:
O que dizer, ora, o que dizer? Praticamente não existem palavras para descrever o que o vinil registrou para a posteridade... Clássico absoluto, sem precedentes ou sucessores... Quem já escutou este disco certamente se deu conta da força e do poder da Umbanda quando se fala em simplicidade, sensibilidade, fé e alegria... a bolacha realmente captou a essência do que era o rito do Caboclo Girassol – o impressionante registro das intensas emoções que acontecem numa gira.
Do começo ao fim, os pontos – uma sucessão de clássicos da música sacra brasileira - arrepiam, induzem ao respeito e às lágrimas, e à esperança de que a Umbanda seja assim em todos os templos do Brasil. Os mais velhos ao escutarem este disco se lembrarão: a volta à infância nas imagens e sons mais lindos de uma gira bela, profunda e repleta de espiritualidade no seu mais alto grau.
Os médiuns cantam com fé, amor e disposição, afinados e acompanhando com palmas; não há palavras para definir o timbre de voz do Ogã Reinaldo, uma voz distante, forte e que faz tremer o coração e a alma... os ogãs Reinaldo e Joaquim estão, com certeza entre os melhores do Brasil em todos os tempos, se utilizam da técnica, velocidade, conhecimento, dinâmica, acentuação e respeito pelo coral, deixando, com perfeição, que este apareça nos momentos adequados. Raramente se viu ou se vê algo assim: a interação entre alabês e corrente num nível perfeito, jamais alcançado em nenhum registro que tenhamos escutado ou presenciado. O Ogã Miguel é uma voz de respeito, elegante e comovente... e todos os pontos certamente evocam, invocam e movimentam forças positivas em todos os níveis.
Novamente, o que dizer deste disco? Influenciou tudo o que veio depois dele no que se entende como rito umbandista, seja em disco, seja em terreiro, ao vivo... Talvez, para entender a felicidade que nos dá ao escutá-lo, só repetindo a chamada inicial – arrepiante - do Ogã Reinaldo, que abre o disco: ÊÊÊÊ, BANDAAAA!!!!